ESTUDO BÍBLICO SOBRE O BATISMO NAS ÁGUAS 

O que é o batismo nas águas? Por que o fazemos? Como deve ser ministrado, quando e para quem? Neste estudo buscaremos abordar essas questões e outras concernentes à fé cristã.

O batismo é um assunto importante nas Escrituras. Muitos textos mostram que o batismo está intimamente relacionado com outros temas fundamentais do evangelho. Quando Jesus encarregou os apóstolos da Grande Comissão, Ele fez o batismo ser um elemento central da mensagem que eles deveriam pregar ao mundo.

Quando Paulo apresentou os sete fundamentos da unidade cristã, o batismo era um deles: “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Efésios 4:4-6). Você pode perceber a importância do batismo por causa da sua ligação com aqueles outros elementos vitais do cristianismo.

No Novo Testamento, o primeiro batismo registrado foi aquele praticado por João Batista. Inclusive, João ficou conhecido como “o Batista” justamente em referência ao fato de que ele batizava pessoas.

O batismo nas águas é muito importante porque é o sinal visível que uma pessoa creu e se comprometeu em seguir Jesus pelo resto da vida.

O QUE É O BATISMO?

É uma ordenança de Jesus para todo aquele que n’Ele crê. É o testemunho público da nossa fé em Cristo. É também uma ordenança do Senhor Jesus para sua Igreja. Vejamos:

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28.19)

Com isso, Jesus nos ensinou como devemos proceder com o ato de evangelização do mundo, mostrando que o processo de discipulado vai além de pregar o evangelho com a voz. Devemos acompanhar de perto o desenvolvimento do novo convertido. Isso mostra o nosso papel como a igreja de Jesus, devemos ser capazes de levar as pessoas até Ele. Devendo ser realizada uma confissão de fé pública, que é o batismo nas águas. Não existe como contestar que o batismo foi deixado por Cristo.

Jesus é o nosso maior exemplo de batismo. Jesus também foi batizado, o relato de Mateus 3.13-17, diz que Jesus foi até João para ser batizado por ele. Diante disso, João responde: “Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?”. João sabia que quem estava ali era o Filho de Deus.

Ele não precisava ser batizado, pois n’Ele nunca foi achado nenhum pecado (Hebreus 4.15). Mesmo assim, respondeu para João: “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça”. A partir do batismo Jesus iniciou seu ministério na terra.

Cumprir toda a justiça é deixar-nos o exemplo, mostrar que se até Ele sendo santo e puro foi batizado, imagine cada um de nós. Devemos, assim como Cristo, cumprir a justiça de Deus em nossas vidas, obedecendo ao ato do batismo.

Além disso, o batismo nas águas também não deixa de ser um ato de fé e compromisso com o Senhor.

O SIGNIFICADO DO BATISMO

O significado do batismo aponta para o pacto do homem com Deus em sua nova vida em Cristo; é um símbolo de que o crente pertence à comunidade da fé. Nesse sentido, o batismo é um selo da justiça mediante a fé em Jesus Cristo.

Todas as igrejas cristãs observam a prática do batismo nas águas, visto que de fato foi Jesus quem o ordenou:

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.15,16).

Esta é a razão porque não batizamos e nem tampouco validamos o batismo de crianças. Não há um texto na bíblia que expresse essa ideia. As crianças não preenchem as condições necessárias para a salvação: arrependimento e fé.

O batismo é para os que creem, e uma criança recém-nascida não tem a capacidade de expressar a sua fé. O recomendado e, biblicamente falando, é uma simples oração para apresentar a criança ao Senhor (1 Sm 1:24; Sl 22:10; Lc 2:22).

É necessário primeiro crer e depois se batizar. Obedecemos ao princípio bíblico de consagrar os filhos ao Senhor, mas só os batizamos depois que puderem crer e professar sua fé.

  1. É A CIRCUNCISÃO DO CORAÇÃO

Na Antiga Aliança, a circuncisão era o sinal da inclusão na pessoa ao judaísmo (Gn 17:10-14). Na Nova Aliança o batismo de Jesus substituiu a circuncisão como o sinal exterior de inclusão na comunidade da Nova Aliança. Aqueles que são batizados não são necessariamente salvos, mas têm a promessa de Deus de que todos os benefícios de Cristo são deles, se crerem (Colossenses 2:11-13).

Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo; tendo sido sepultados juntamente com ele no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas.” (Colossenses 2.11-13)

Hoje, esta circuncisão acontece no coração (Rm 2.28,29), e Paulo a relaciona com o batismo. O batismo cristão, assim como a circuncisão judaica, é, portanto, o sinal externo solene de admissão na igreja visível. O batismo é o sinal visível da aliança de Deus com Seu povo.

  1. O BATISMO NÃO É UM MEIO DE SALVAÇÃO. O BATISMO NÃO SALVA, MAS ACOMPANHA A SALVAÇÃO.

Jesus disse que quem crer (e for batizado por crer) será salvo e quem não crer será condenado; note que Ele não disse “quem não for batizado será condenado”, mas sim “quem não crer”.

Pregar o batismo como elemento necessário para a salvação é ignorar que Jesus Cristo já consumou a obra de redenção na cruz (Jo 19.30). Não há nenhuma espécie de obra que o homem possa fazer para salvar-se.

O batismo em si não salva. A salvação vem pela fé, através da graça de Deus (Efésios 2:8-9). Mas o batismo é um ato de fé. A fé leva à ação. Com o batismo, você prova que crê em Jesus. O batismo segue a fé que nos leva à salvação, mas ele em si não é um meio de salvação. Que o diga aquele ladrão que foi crucificado com Cristo e a quem Jesus disse que estaria com Ele naquele mesmo dia no paraíso (Lc 23.39 a 43); ele somente creu e nem pôde ser batizado, mas não deixou de ser salvo por isto. O batismo não tem poder para salvar, mas é um mandamento de Jesus.

O batismo, portanto, não salva, e não lava pecados, mas nem por isso deixa de ser importante e necessário; aquele ladrão na cruz não tinha condições de passar pelo batismo, mas alguém que crê deve obedecer à ordenança de Cristo e ser batizado, caso contrário estará em deliberada desobediência a Deus, o que poderá impedir-lhe de receber a vida eterna.

NÃO É UM ATESTADO DE SALVAÇÃO. Não é necessariamente o sinal visível de que a pessoa está salva. Podemos dizer que o batismo é parte do processo de salvação, mas não que ele em si salve ou purifique. QUEM SALVA É JESUS! Além disso, somente Seu sangue pode nos purificar de todo pecado (1 João 1:7).

  1. É UMA IDENTIFICAÇÃO COM CRISTO – SEPULTAMENTO E RESSURREIÇÃO

O batismo é símbolo do sepultamento do velho homem e ressurreição do novo homem. O batismo, de forma simples e visível, simboliza a nossa morte para com a velha vida de pecado, nosso sepultamento na semelhança da morte de Jesus, e nossa ressurreição para andarmos em novidade de vida (Rm 6:3-11). O batismo significa nossa participação na morte de Cristo, em seu sofrimento, em sua humilhação e em sua ressurreição. Se não estivermos dispostos a participar das aflições de Cristo, não participaremos de sua exaltação (2ª Tm 2: 3,11-13).

O batismo nas águas é um belo quadro do que o nosso Senhor fez por nós. Quando estamos completamente imersos na água, simbolizamos o sepultamento com nosso Senhor; somos batizados em Sua morte na cruz e não somos mais escravos do eu ou do pecado (Romanos 6:3-7). Quando somos levantados da água, somos simbolicamente ressuscitados – ressuscitados para uma nova vida em Cristo para estar com Ele para sempre, nascidos na família do nosso Deus amoroso (Romanos 8:16). O batismo nas águas também ilustra a limpeza espiritual que experimentamos quando somos salvos; assim como a água purifica a carne, assim também o Espírito Santo purifica nossos corações quando confiamos em Cristo.

O batismo, é o nosso testemunho da identificação com Cristo; ele revela não apenas que eu tenho fé, mas que tipo de fé eu tenho. Veja o que as Escrituras dizem:

“Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos para a glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Romanos 6.3,4).

O batismo anuncia a morte, sepultamento e a ressurreição de Cristo, e também nossa comunhão com Ele. Declaramos através do batismo que cremos na morte e ressurreição de Jesus, e desejamos participar de todo Seu benefício.

Ao morrer na cruz, o Senhor Jesus não morreu porque mereceu morrer; pelo contrário, como justo e inocente, Ele nos substituiu, sofrendo o que nós deveríamos sofrer a fim de que recebêssemos a salvação de Deus. Portanto, o batismo é onde reconhecemos que tipo de fé temos; uma fé que se identifica com Cristo e sua obra realizada na cruz.

QUEM PODE SER BATIZADO?

Para quem é o batismo? A explicação anterior responde esta indagação: para todo aquele que se identifica pela fé com o sacrifício de Cristo na cruz. Depois de ter reconhecido por fé a obra de Cristo, quando a pessoa passa a estar apta para o batismo? Quanto tempo ela tem que ter de vida cristã para poder se batizar?

A Bíblia responde com clareza estas questões. Vejamos em Atos 8.30 a 39, onde lemos acerca do primeiro batismo cristão apresentado em maiores detalhes na Bíblia. Neste texto, temos um modelo para a forma de batismo, e ali vemos que já na evangelização o batismo era ensinado aos novos convertidos, o que nos faz saber que ninguém deve demorar para se batizar após ter feito sua decisão de servir a Jesus.

Além disso, vemos também qual é o critério para que alguém se batize; quando o etíope pergunta: “Eis aqui água, que impede que eu seja batizado?” a resposta de Filipe vem trazendo luz sobre o requisito básico para o batismo: “É lícito, se crês de todo coração” (At 8.36,37).

Quando a pessoa foi esclarecida sobre a obra (e não só a pessoa) redentora de Jesus Cristo, e crê de todo o coração (sem dúvida acerca disto), ela está pronta para ser batizada.

O batismo é muito importante porque é sinal de compromisso com Jesus (1 Pedro 3:21). É bem semelhante a uma cerimônia de casamento – torna oficial seu relacionamento com Deus. O batismo nas águas é o sinal público que você leva sua fé a sério e tem o compromisso de seguir Jesus até o fim.

QUANDO SE BATIZA O NOVO CONVERTIDO?

“Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.

E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?

E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.

E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou.” Atos 8:35-38

Não há data estabelecida, somente os critérios que o recém convertido deve apresentar. No caso de Filipe e o etíope, foi bem rápido!

A FORMA CORRETA DO BATISMO

A palavra “baptismos” no grego significa: “imergir; mergulhar; colocar para dentro de”. No curso da história, por várias razões, apareceram outras formas de batismo, como aspersão, por exemplo; entretanto, como o batismo é uma identificação com Cristo em sua morte e ressurreição, e é exatamente isto que a imersão significa, não praticamos outras formas de batismo.

Algumas denominações praticam o batismo por aspersão (aspergir = borrifar, respingar) ou efusão (derramar água sobre a sua cabeça).

O batismo nas águas por imersão é o método bíblico do batismo por causa de sua representação simbólica da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo.

Quando Filipe batizou o etíope, eles pararam em um lugar onde havia água. A Bíblia diz que ambos entraram na água (At 8.38,39). Certamente aquele eunuco viajava abastecido com água potável; se fosse o caso de praticarem a aspersão havia água suficiente naquela carruagem para isto, mas batizar é imergir! Não foi à toa que João Batista se utilizou do rio Jordão para batizar. Depois, mudou o local de batismo para Enom, perto de Salim, e razão para isto é descrita pelo apóstolo João em seu evangelho: “porque havia ali muitas águas” (Jo 3.23).

Não há lugar específico para o batismo. Podemos batizar em batistério, em rios, piscinas, e onde houver água suficiente para a imersão…

Além da água, é necessário alguém que ministre o batismo ao novo-convertido, uma vez que não existe auto batismo na Bíblia.

Jesus mandou fazer discípulos e depois batizá-los. A ordem já subentende que quem faz o discípulo tem autoridade para batizá-lo. Filipe era apenas um diácono, fazendo o trabalho de evangelista; não era o pastor de igreja nenhuma, e batizou! Após se tornou Evangelista, conforme Atos 21:8.

Paulo disse aos coríntios que não havia batizado quase ninguém entre eles; entendemos que mesmo se tratando de seus filhos na fé, ele provavelmente tenha passado esta tarefa a outros obreiros. Jesus também não batizou ninguém, e sim os seus discípulos (João 4:2).

Como de costume nas denominações, os pastores conduzem o batismo por uma questão de ordem, mas não porque só pastores possam batizar. Assim como os pastores pregam e isto não quer dizer que só eles possam pregar, assim também é com o batismo. Num batismo eles podem chamar o líder de célula ou o discipulador da pessoa para batizar o novo convertido.

O QUE É NASCER DE NOVO?

 

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.

Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?

Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” João 3:3-5

O novo nascimento é um ato exclusivo de Deus na vida do homem, transformando sua inclinação ao mal em uma disposição para fazer o bem, capacitando-o através do Espírito Santo a fazer aquilo que é correto diante d’Ele. A verdade de que o homem precisa nascer de novo, nada mais é do que a nossa necessidade de regeneração, e este é um dos pontos centrais da teologia cristã.

Nascer de novo significa “nascer do alto” ou “nascer de cima” (João 3:3), isto é, ser nascido de Deus (João 1:13), ser gerado de Deus (1 Pedro 1:3), ser vivificado por Ele (Efésios 2:1-5), ser de novo gerado da semente incorruptível por Sua Palavra (1 Pedro 1:23). Nova filiação (Jo 1:12).  O significado do novo nascimento é tão profundo e seu efeito tão radical, que o homem que nasce de novo é feito uma nova criatura (2 Coríntios 5:17).

Infelizmente muitos cristãos não entendem corretamente o que é a regeneração (o novo nascimento), e assim não percebem seu significado fundamental conforme exposto nas Escrituras. A pergunta de Nicodemos sobre como é possível o homem nascer de novo, ainda permanece sendo a dúvida de muita gente (João 3:4).

A Bíblia utiliza tanto o termo “regeneração” como a expressão “novo nascimento” como sinônimos para se referir a transformação radical operada pelo Espírito Santo na vida dos redimidos. Regenerar significa restaurar o que foi destruído.

A palavra “regeneração” traduz o termo grego palingenesia no Novo Testamento. Esse termo é aplicado duas vezes. A primeira está no Evangelho de Mateus e refere-se à restauração escatológica, conforme Mateus 19:28 – “Jesus lhes respondeu: — Em verdade lhes digo que, na regeneração, quando o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, vocês que me seguiram também se assentarão em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.”

Enquanto que a segunda está na epístola de Paulo a Tito, onde o apóstolo a utilizou no contexto da salvação do homem, conforme Tito 3:5 – “Ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia. Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.”

A expressão “novo nascimento” e outras correlatas a ela, como, “ser vivificado”, “nascido de Deus” etc., são também utilizadas no Novo Testamento para transmitir a mesma verdade, e servem perfeitamente ao objetivo de indicar uma mudança drástica na vida do indivíduo.

A doutrina acerca do novo nascimento é apresentada ao longo de toda a Bíblia. Mesmo no Antigo Testamento, as Escrituras apontam para a necessidade do homem nascer de novo. Por exemplo, no salmo 51 encontramos o salmista Davi falando da condição natural do homem como pecador, ao dizer: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmos 51:5). Logo em seguida, ao reconhecer a total depravação do homem, o salmista entende que apenas uma intervenção divina é capaz de capacitar o homem a fazer o que é correto diante de Deus, através de um novo coração puro e a renovação de um espírito reto (Salmos 51:10).

Já no Novo Testamento, a doutrina da regeneração se torna ainda mais clara. O próprio Jesus falou sobre ela em sua conversa com o fariseu Nicodemos, advertindo-o sobre a necessidade de nascer de novo (João 3). Os apóstolos também escreveram detalhadamente sobre esse tema (2 Coríntios 5:17; Efésios 2:5; 4:24; Colossenses 2:13; Tito 3:5; 1 Pedro 1:3,23).

Isso significa que o novo nascimento é fruto da riquíssima misericórdia de Deus, e de seu incalculável amor, e toda essa obra de salvação é para o louvor da Sua glória (Efésios 1:6,12,14). Somente com o novo nascimento, somente sendo regenerado, o homem, que por natureza é filho da ira, pode ser transformado em cidadão dos céus, feito filho de Deus por meio de Jesus Cristo.

“Muitos são chamados, mas poucos escolhidos”, significa que Deus chamou todos  para a salvação, mas poucos responderam ao seu chamado/convite. Assim como a porta do céu é estreita e são poucos os que a encontram. Mateus 7:13,14: “Entrem pela porta estreita. A estrada que conduz à destruição é ampla, e larga é sua porta, e muitos escolhem esse caminho. Mas a porta para a vida é estreita, e o caminho é difícil, e são poucos os que o encontram.”

A CEIA DO SENHOR

Jesus deixou duas ordenanças para a igreja: o batismo e Ceia. Vamos falar resumidamente sobre a Ceia do Senhor.

“…o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão, e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes em que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha.” (1ª Coríntios 11.23-26)

Observando a expressão “fazei isto”, percebemos que se trata de uma ordem de Jesus. É um imperativo, e fica ainda mais evidente ser uma ordenança para a Igreja, quando Jesus repete a expressão “todas as vezes que…” mostrando que este ato deveria ser parte da nossa prática cristã.

A Ceia é o símbolo de uma Nova Aliança conosco. O Senhor Jesus mudou o significado da Páscoa do Antigo Testamento. Assim como Deus havia usado a Páscoa do Antigo Testamento como lembrança da libertação do povo da escravidão do Egito, assim também Cristo instituiu a Ceia do Senhor, para a igreja, como lembrança de sua morte em favor da redenção da humanidade.

Deus nos conhece e sabe que a nossa memória é curta e, por consideração à nossa fraqueza e inclinação para o esquecimento, Ele estabeleceu um memorial –  “em memória de mim”.

Na instituição da Ceia, o Senhor Jesus utilizou dois elementos que estavam presentes na celebração da páscoa: pão e vinho. Eles representam o corpo do Senhor Jesus que foi ferido e moído pelas nossas iniquidades, e o vinho (fruto esmagado da Videira) símbolo do Seu precioso sangue que foi derramado para a nossa eterna salvação e para a contínua purificação dos nossos pecados.

Paulo orienta a igreja de Corinto sobre a cerimônia da Ceia em sua primeira carta aos Coríntios capítulo 11, versículos 17 ao 34.   A Ceia do Senhor foi observada pela igreja primitiva: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2:42).

A Ceia nos dá duas visões, uma do passado: “anunciais a minha morte”; e a outra do futuro: “até que ele venha”.

A finalidade da Ceia do Senhor é lembrar que a morte de Jesus é o evento mais importante de todos os tempos, e ao participarmos da Ceia devemos elevar a nossa mente até o Calvário e vermos pela fé o grande sofrimento de Jesus por nós.

A agonia de Jesus começou naquela quinta-feira à noite no Getsêmani. Continuou por toda a noite até o amanhecer. Às nove da manhã de sexta-feira, Ele foi pregado na cruz. Agonizou na cruz durante seis horas. Às três da tarde entregou o seu espírito (Mc. 15:25-38; Luc. 23:44-46).

Devemos relembrar desde o Getsêmani (Luc. 22:39-46), quando Jesus, posto em agonia, orando, que seu suor se tornou em grandes gotas de sangue. Depois foi preso, blasfemado, caluniado, esbofeteado, açoitado…. Bateram-lhe na cabeça com uma cana. Os açoites abriram cortes em sua carne. Recebeu uma coroa de espinhos em sua cabeça. O sangue escorria pelo seu corpo. Recebeu o desprezo e a zombaria. Finalmente foi crucificado. Seu corpo, pregado na cruz. Suas mãos e seus pés traspassados pelos cravos. Todo o seu sangue foi derramado por nós. Realizou um sacrifício vicário (em favor de; e em lugar de).

Quão terrível foi o tormento de Jesus. E tudo isto que Ele sofreu foi o castigo e a culpa dos meus pecados, dos seus pecados e de todos os que assim creem. Nossos pecados crucificaram o Filho de Deus. Jesus recebeu e carregou sobre Si a maldição dos nossos pecados (Isaias 53:4-6).

Por fim, a Ceia é um memorial do sacrifício de Jesus. Representa simbolicamente a morte do Senhor, o compromisso do crente com Cristo e, ainda, a união dos crentes uns com os outros como membros do corpo de Cristo.

Todo aquele que quer se aproximar da mesa do Senhor não deve estar em um pecado deliberado (voluntário e consciente). Deve resolver todas as pendências com Deus e com as pessoas, bem como fechar todas as brechas. “Examine-se o homem a si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice. Pois o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.” (1ª Co. 11:28,29) Leia também 1ª Coríntios 10:21.

Devemos celebrá-la constantemente a fim de refletir bem todas estas coisas e mantê-las vivas em nossa mente. Quão grande e incomparável é o amor de Jesus por nós. Somos a Paixão de Cristo!  Este é um momento de profunda reflexão e deve nos despertar para sermos mais consagrados, mais obedientes, mais santificados, mais envolvidos e comprometidos com o Reino de Deus, servindo-O com amor e gratidão. Devemos anunciar esta grande salvação (a sua morte) a toda criatura, “até que Ele venha” (1ª Co 11:26).

 

CONFISSÃO DE FÉ – No que cremos

1) Na inspiração divina da Bíblia Sagrada, nossa única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17);

2) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo;

3) No Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus, plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento virginal, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do mundo (Jo 3.16- 18; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb 10.12; Rm 8.34 e At 1.9);

4) No Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial com o Pai e o Filho, Senhor e Vivificador; que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; que regenera o pecador; que falou por meio dos profetas e continua guiando o seu povo (2 Co 13.13; 2 Co 3.6,17; Rm 8.2; Jo 16.11; Tt 3.5; 2 Pe 1.21 e Jo 16.13);

5) Na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de Deus e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo podem restaurá-lo a Deus (Rm 3.23; At 3.19);

6) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus para tornar o homem aceito no Reino dos Céus (Jo 3.3-8, Ef 2.8,9);

7) No perdão dos pecados, na salvação plena e na justificação pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);

8) Na Igreja, que é o corpo de Cristo, coluna e firmeza da verdade, una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares, chamados do mundo pelo Espírito Santo para seguir a Cristo e adorar a Deus (1 Co 12.27; Jo 4.23; 1 Tm 3.15; Hb 12.23; Ap 22.17);

9) Cremos no batismo nas águas, após a profissão de fé, realizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, em testemunho público de fé e como símbolo externo da obra regeneradora operada interiormente pelo batismo do Espírito Santo, para união ao Corpo de Cristo. Mt 28:18-20; At 10:44-48; Rm 6:1-14; 8:12-17; I Co 12:12-14.

10) Na necessidade e na possibilidade de termos vida santa e irrepreensível por meio da do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas de Jesus Cristo (Hb 9.14; 1 Pe 1.15);

11) No batismo no Espírito Santo que nos é dado por Jesus Cristo, demonstrado pelos frutos de um caráter transformado e uma vida santificada (Gl 5:22-23). Além disso, cremos que o dom de línguas é apenas uma das evidências (não a única) do batismo com o Espírito Santo (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7/ 1 Co 12:30);

12) Nos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade para o que for útil (1 Co 12.1-12);

13) Na segunda vinda de Cristo, em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14);

14) No comparecimento ante o Tribunal de Cristo de todos os cristãos arrebatados, para receberem a recompensa pelos seus feitos em favor da causa de Cristo na Terra (2 Co 5.10);

15) No Juízo Final, onde comparecerão todos os ímpios: desde a Criação até o fim do Milênio; os que morrerem durante o período milenial e os que, ao final desta época, estiverem vivos. E na eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20; Ap 20.11-15; 21.1-4).

16) Cremos, também, que o casamento foi instituído por Deus e confirmado por nosso Senhor Jesus Cristo como união entre um homem e uma mulher, nascidos macho e fêmea, respectivamente, em conformidade com o definido pelo sexo de criação geneticamente determinado (Gn 2.18; Jo 2.1,2; Gn 2.24; 1.27).

17) Cremos que o Senhor Jesus Cristo instituiu a Santa Ceia (Ou Ceia do Senhor), com os elementos pão e vinho, que são símbolos de Seu corpo e sangue, para manter a comunhão dos santos e anunciar a morte, ressurreição e a segunda vinda de Cristo. (Mt 26:26-31; Mc 14:22-26; Jo 6:42-59; I Co 11:23-29).

 



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